A "labirintite" mais frequente é curável sem medicação

A Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB) é uma doença labiríntica que causa a sensação de vertigem: rotação ilusória (um tipo de tontura caracterizada como a sensação de "o mundo rodar ao seu redor", "tudo girar", "cair num precipício",...) que tem duração de apenas alguns segundos ou até cerca de um minuto, mas o mal pode durar por mais tempo. A doença assusta, leva o paciente muitas vezes a apresentar sintomas neurovegetativos transtornantes (sudorese fria, tremor, náusea, vômitos, diarreia), desequilíbrio corporal e muito medo. Os sintomas podem ser mais persistentes e levam muitas vezes esse paciente a ser deslocado ao pronto atendimento.

É indispensável que todo paciente com vertigem seja avaliado o mais breve possível, e ideal que seja no momento da crise, pelo otorrinolariongologista. Muitos diagnósticos são perdidos por não se realizar uma avaliação otoneurológica completa no momento da crise ou o mais próximo possível. A VPPB se desencadeia, em geral, ao movimentar a cabeça para determinada posição. Surge principal e imediatamente em situações como: ao deitar na cama, ou estando já deitado virar para os lados, ao se levantar da cama; ao olhar para cima (para pegar algo no armário ou estante); ao pendurar uma roupa no varal; e ao olhar para cima por qualquer intenção ou para baixo.

Conforme o Dr. Reinaldo Cóser Neto, muitas pessoas com essa doença por vezes "se acostumam" com esses episódios de vertigem, assumem atitudes de evitar os movimentos que desencadeiam e frequentemente assumem a condição de serem "portadores de labirintite" - termo consagrado popularmente, mas incorreto na área medica. Muitas pessoas usam medicações para o labirinto por longo tempo sem que de fato se tenha feito o diagnóstico de o que é exatamente que o paciente tem.

Tratando-se da VPPB, remédios para o labirinto não resolvem o problema e algumas vezes apenas amenizam os sintomas - afirma o médico. A VPPB é uma doença que ocorre devido ao desprendimento de partículas de carbonato de cálcio (otólitos) de uma região onde eles existem para exercer uma função específica importante no funcionamento do labirinto onde geraram informações incongruentes. Isto gera nistagmo (movimentos oculares rítmicos, rápidos e involuntários), que se acompanha da sensação de rotação (vertigem). 

O tratamento de maior eficácia, capaz de resolver totalmente os sintomas deste tipo de tontura, é feito com sessões de exercícios ou, mais especificamente, "manobras de reposicionamento otolítico", sempre orientados por um profissional capacitado conhecedor do distúrbio. Grande parte das vezes, poucas sessões de fisioterapia podem resolver o problema muitas vezes de forma definitiva.

Este texto foi baseado no artigo publicado pela clinica Cóser.