O sistema estomatognático é uma unidade
morfofuncional integrada e coordenada, constituída por um conjunto de
estruturas esqueléticas, musculares, nervosas, glandulares e dentais
organizadas ao redor das articulações temporomandibulares, occipito-atlanto-vertebrais
da coluna cervical. Este sistema é primariamente responsável pela mastigação,
deglutição e fala, além de estar intimamente associado a respiração e expressão
facial.
A articulação temporomandibular (ATM) é a
articulação da mandíbula (parte móvel da articulação) com a região temporal do crânio (parte fixa da
articulação). A região da mandíbula que se articula com a região temporal é
denominada côndilo e entre estas duas superfícies articulares encontra-se o
disco articular que estabiliza o côndilo, aumenta a congruência articular,
amortece e distribui a pressão na articulação e regula os movimentos
mandibulares, além de outras funções.
Toda a
articulação é envolvida por uma estrutura fibrosa, chamada de cápsula
articular, ligamentos e músculos responsáveis pelos movimentos de depressão,
elevação, protrusão, retrusão e lateralização da mandíbula.
A disfunção da
articulação temporomandibular (DTM) é uma síndrome que engloba as condições
dolorosas agudas e crônicas decorrentes da ATM, dos músculos mastigatórios e
das estruturas associadas. A etiologia é multifatorial e dentre as principais
causas, pode-se citar os hábitos parafuncionais, alterações oclusais, problemas
sistêmicos, alterações estruturais, distúrbios emocionais e traumas. De
acordo com os estudos e a Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e
Dor Orofacial (SBDOF), 37,5% a 68,9% das pessoas apresentam ao menos um sinal
ou sintoma da DTM e, dessas, 15% necessitam de tratamento.
Por se tratar de
uma síndrome multifatorial, o tratamento é interdisciplinar, e o paciente deve
ser acompanhado por um cirurgião dentista especializado em dor orofacial e e
disfunção temporomandibular, fisioterapeuta especializado também nesta área,
fonoaudiólogo, psicólogo, e pode ainda haver necessidade de um ortopedista,
reumatologista, otorrinolaringologista, neurologista, a depender da necessidade
do paciente.
Alguns dos
sintomas clássicos da DTM são: cefaleia, ruídos articulares (estalido e
crepitação), limitação de movimentos da mandíbula, dor na ATM e nos músculos da
face. Outros sintomas, menos frequentes podem surgir juntamente com os
anteriores: dor de ouvido, zumbido, vertigens, fadiga nos músculos faciais,
dores nos dentes, dores cervicais (principalmente na região suboccipital),
podendo estender-se até a região dorsal.
O tratamento da DTM com a fisioterapia
dispõe de técnicas de terapia manual intra e extra oral e recursos eletro e
termoterápicos com objetivo de aliviar a dor do paciente e devolver ou melhorar
a função prejudicada pela DTM.
Rebeca Sodré
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